terça-feira, 31 de janeiro de 2012

3ª Crónica

Caros Colegas:

Mais uma vez compete-me a mim proceder à actualização do nosso Blog, função que me foi incumbida pelo nosso “P.J.”, o qual resolveu acatar as orientações do Passos Coelho escravizando-me com mais uma hora semanal de trabalho, enquanto ele descansa alegremente no seu sofá, embora nos venha depois dizer que não teve vagar pois o treino da manhã de Domingo não foi suficiente e teve que fazer mais duas horas de rolos à tarde.

Embora com algum atraso, por motivos pessoais, transmito-vos hoje que no passado Domingo contámos de novo com um grupo de cinco grandes malucos que, em vez de permanecerem deitados por mais algumas horas no quentinho das suas camas, preferiram ignorar o frio que a esta hora se fazia sentir pondo à prova a sua coragem e espírito aventureiro, perfeitamente preparados para sofrer física e psicologicamente, ou não fosse o percurso escolhido mais uma vez pelo “P.J.”.

Dos mais habituais compareceu o referido “P.J.”, o “técnico”, o “quinto (5º)”, o mais “veternano” e o Nuno. A propósito, o Nuno ainda não tem alcunha, vamos pensando nisso. Desta vez faltou o “cantor” que não canta, mas que oportunamente comunicou a sua ausência, faltou o “mano”, que prometeu mas não apareceu assim como um outro colega que também vem falhando semana após semana. Um dia chove, outro faz frio, e sair de casa nestas condições custa um bocado. Em Agosto talvez apareçam.

Felizmente hoje a Mãe Natureza brindou-nos com mais um dia maravilhoso, ideal para a prática da nossa modalidade preferida, excepto para aqueles que preferem a lama que por enquanto escasseia uma vez que a chuva não tem aparecido.




A partida deu-se como habitualmente na Majestosa Avª Principal desta belíssima aldeia, com passagem pela imponente rotunda onde se ergue firme e orgulhoso o símbolo da nossa freguesia, o forno de cal. Com tão bela visão ganhámos logo outro ânimo para superar os enormes desafios que se avizinhavam e largamente prometidos pelo “P.J.”, não que tivéssemos medo de tais ameaças, que aqui só iam homens de barba rija, mas porque ter de carregar o dito às costas até casa não seria seguramente pêra doce.
Registe-se que a Drössiger apresentou novamente problemas mecânicos à partida, para desespero do “Técnico”, uma vez que um amigo nosso, mais uma vez, faltou ao prometido relativamente à reparação do referido problema. Fazer isto a um jovem de 16 anos, louco por BTT, é bárbaro. E depois o pai é que o atura.

Enfim…., lá fomos nós, devagarinho, ainda com as articulações meio congeladas. Descer para os Casais do Larojo foi como aterrar no Pólo Norte, deparámo-nos com “um frio abrasador” (palavras de um nosso conterrâneo que todos conhecemos bem). Mas a malta é forte e aguentou-se bem. O vício é muito e nós precisamos disto, quando programamos um treino e por motivos imprevistos não podemos comparecer ficamos com uma neura de todo o tamanho.

A este propósito permitam-me que vos conte: Uma vez, quando participava na meia maratona da Nazaré, por volta dos 15 Km, já completamente estafado, vi à minha frente uma atleta do sexo feminino, de cabelos louros, compridos, bem torneada, um rabinho maravilhoso a dar, a dar. Nas costas trazia a seguinte inscrição – Sofres mais quando corres, ou quando não podes sair para correr? – naquela altura pensei – Ai, Ai, se eu treinasse sempre assim, também me fartava de sofrer. Aquela frase ficou-me sempre na memória, não pela miúda, claro, mas pelo seu significado.


Continuando. Ao fim de um quilómetro, já se esperava, todos apearam. Partindo gelo e travando uma perigosa luta com um intenso silvado, surgiu o primeiro desabafo: “para a próxima incluímos no nosso KIT de BTT uma catana!Transposto o difícil obstáculo e após 50 metros a pedalar logo apareceram outros, mais uma vala, mais um silvado, arame farpado e um subida íngreme, tudo feito com as bikes à mão. Dando espaço ao líder comentámos em voz baixa: “mas isto é um treino de BTT, ou uma instrução dos comandos?.

Amigos, se têm espírito aventureiro, capacidade de sofrimento, resistência física e mental, venham treinar connosco. Ficarão preparados como qualquer tropa de elite, capazes de sobreviver em qualquer lugar do Mundo, seja em cenários de guerra ou de calamidade natural. Aqui testam-se até ao limite as capacidades humanas.
 No final da referida subida ficámos estupefactos. Um capacete perdido no meio da erva?. Após alguns instantes o referido capacete mexeu-se levemente, fez-se silêncio, mais uns segundos e aquela peça de museu levantou-se. Do meio da erva surgiu uma figura de olhos esbugalhados, meio estonteada, cambaleando.....afinal era o nosso guia que talvez farto de esperar por nós resolveu atirar-se ao chão para descansar. Aqui alguém sugeriu “É pá, para a próxima cai mais devagar para dar tempo de fotografar!”. Felizmente o homem não se aleijou pois a KTM é tão sofisticada que até tem “air bag”, foi muito engraçado e alguém pensou, mas não disse: “Fixe pá, isto é que é BTT!”.


Após estes momentos de muito sofrimento chegámos às Quintas com cerca de dez quilómetros andados, sendo oito deles a pé e com as Bikes às costas. Agradável percurso. Tomámos a direcção dos Figueiredos e aqui, como bons cumpridores do Código da Estrada, aconselhámos o nosso guia a respeitar a sinalização vertical, conselhos que o mesmo resolveu não acatar revelando um enorme espírito de grupo e em prol do qual se sacrificara tanto para aqui chegar, arriscando-se assim, por solidariedade com os seus colegas, a uma pesada multa. Continuámos.
Paragem para reforço alimentar junto a um agradável espaço de criação de cavalos. O quinto elemento resolve verter águas, vira-se para o campo, um grupo de éguas corre para ele e um inspirado colega exclama de imediato: “Olha, elas viram algo interessante!”, .....muitos risos. Será que viram mesmo?, com um gelo destes ficámos com sérias dúvidas.
Recuperadas as forças rumámos em direcção de Arrouquelas e dali ao empreendimento Golden Eagle, um deserto com estradas de Alcatrão. Portugal é um país maravilhoso, até os pinhais têm estradas alcatroadas, com separador ao meio, passeios para peões. Isto aqui é tudo à grande.


Era hora de voltar para casa, o que não aconteceu sem antes nos perdermos de novo duas ou três vezes por caminhos, estradas e becos sem saída que o “P.J.”, diga-se, conhecia de olhos fechados. E assim se passou mais uma manhã de franco convívio e boa disposição. O grupo está unido, as expectativas são animadoras e acreditamos que, falando como Paulo Futre, num futuro próximo: “vai vir muitos mais amigos treinar connosco”.
Até para a semana, um abraço a todos e acima de tudo divirtam-se ao máximo, aproveitem bem cada minuto da vossa vida, porque como diria Charlie Chaplin: “a vida é  uma peça de teatro que não permite ensaios, por isso…, canta, chora, dança, ri, diverte-te, vive-a intensamente, antes que as cortinas se fechem e a peça termine sem aplausos……..”.
Como o professor Marcelo deixamos aqui apenas duas notas finais:


1ª – Na próxima Quinta-Feira o Tó Mane, agora jovem empresário, vai abrir o seu bar em frente à Escola Fernando Casimiro. Esperamos que esta iniciativa lhe corra pelo melhor, que seja uma aposta positiva e desejamos-lhe as maiores felicidades. Esperamos sinceramente que esta actividade não o impeça de treinar connosco pois a sua presença é essencial e, acima de tudo, porque ADORAMOS os percursos que ele escolhe. BOA SORTE AMIGO.
2ª – No próximo fim-de-semana são os festejos em honra do São Brás, padroeiro da nossa aldeia. Apareçam, especialmente no Domingo, para se divertirem com a tradicional contradança.

Até lá, boas pedaladas.
MalaqueijoBTT
 

domingo, 22 de janeiro de 2012

2ª Crónica

Amigos e colegas do BTT, ao registar esta 2ª crónica da história do nosso Blog verificamos com agrado que já fomos visitados por mais de cem vezes. A todos os nossos visitantes endereçamos um enorme agradecimento, especialmente aos nossos amigos que se dignaram enviar mensagens de apoio e relativamente aos quais esperamos que, futuramente, não se fiquem pelo computador e nos visitem pessoalmente acompanhados das suas Bikes. Serão bem recebidos, ficamos à espera.
A pedido do nosso “técnico de informática” enviamos igualmente um especial agradecimento ao “Observador” anónimo pela mensagem de incentivo.
Hoje contámos com um sol radioso. Como habitualmente a nossa concentração deu-se na Avenida Principal desta aldeia simpática e maravilhosa, MALAQUEIJO. Antes da hora marcada já o nosso Presidente, muito orgulhoso, dava umas voltas de aquecimento à sua obra mais espectacular, a rotunda do forno, que mais parece um vulcão, um “ex libris” turístico da nossa terra, lindo, uma das sete maravilhas arquitetónicas do nosso conselho……….
Reunidos os quatro malucos da semana passada iniciámos o percurso para hoje planeado. No entanto faltava ainda um quinto elemento que hoje prometeu não falhar, pelo que alguém disse: “É pá, o gajo deve estar à procura da Bike, vamos lá ajudá-lo!”. Não foi preciso, embora com algum atraso o homem apareceu. Ainda bem que hoje não estava de chuva.
Percorridos alguns quilómetros por estradas cheias de buracos e com montinhos de “tout venant”, o que se compreende pois o “P.J.” é praticante de BTT, deu-se a primeira paragem devido a problemas mecânicos na Drossiger. O nosso técnico de informática andou mais preocupado com os computadores e esqueceu-se da manutenção da sua Bike. Confiou demais no seu mecânico. Isto de só pegar na Bike 5 minutos antes do treino tem de acabar.


Se não fosse o mais veterano do grupo transportar uma oficina às costas, teríamos de fazer todo o percurso debaixo de uma chiadeira infernal. Mas há males que vêm por bem, a KTM aproveitou logo para descansar. Resolvido o problema mecânico avançámos de imediato, antes que a referida KTM adormecesse, rumo à Calhariz. O prognóstico era de muita lama ou não fosse o percurso escolhido pelo nosso “P.J.”.
Confirmaram-se as previsões, lama até às orelhas na linha do comboio, nada que metesse medo ao nosso destemido Toy, aquele que não canta. O rapaz atingiu tal forma e passa com tanta rapidez que nem o conseguimos fotografar. Veja-se, após várias tentativas esta foi melhor de todas.


Orientados pelo nosso “P.J.” lá seguimos o percurso por ele traçado que, segundo nos disse, conhecia como a palma das suas mãos. Das duas uma, ou o nosso amigo tinha o GPS estragado, ou tinha outra intensão. O facto é que neste percurso sobejamente conhecido pelo nosso amigo, nos deparámos com becos sem saída, com portões vedando a nossa passagem, etc. Percebemos então que o que o homem queria era, disfarçadamente, obter alguns momentos de paragem, de três em três quilómetros, para descansar.


Registe-se que numa destas paragens, após queixas de alguns elementos, o nosso guia segredou: “Já sei que logo, no Blog, vou levar porrada!”.
Dali para a frente o mais veterano tomou a dianteira e notou-se logo a diferença no percurso, estradas boas para andar, para esticar, bem arranjadas, supostamente em freguesias onde os Presidentes de Junta não praticam BTT.
E assim fomos andando, rumo a casa, já com o quinto elemento um pouco estafado, por sua própria culpa, pois tem fugido aos treinos. Nada que não se recupere com um cigarrito e uma coca cola depois do treino.
Depois de um cafezinho na Marmeleira, mais uma tirada até casa. Uma última pitada de sofrimento, a “Ladeira de São João”. Aqui, com maior ou menor dificuldade, todos se portaram bem e ninguém desmontou (……uma mentirinha de vez em quando não faz mal a ninguém).
Nos Casais da Arroteia contámos com a colaboração da simpática menina Joana Filipa que nos tirou a fotografia de grupo. Para ela um agradecimento de todos.
E assim, já mais aliviados por chegar a este cabeço maravilhoso “onde até o ar é mais puro”, terminámos mais uma manhã alegre e descontraída na companhia de GRANDES AMIGOS. Dos mais habituais faltou o Nuno, faltou também o Mano Cajó, devem andar a treinar às escondidas e quando resolverem aparecer ninguém se aguenta com eles.
Termina aqui mais um episódio desta nossa novela semanal. Um abraço a todos os amigos, muita saúde, boas pedaladas e ………….apareçam.
Escusado será dizer que tudo o que acima vem descrito não passa de uma paródia entre bons e grandes amigos. São apenas “bocas saudáveis” que não traduzem mais do que um clima descontraído e muito divertido que acontece sempre que nos juntamos para a prática desta modalidade.


Obrigado amigos. Fixe, isto é que é BTT………..

domingo, 15 de janeiro de 2012

1ª Crónica

Hoje, como não podia deixar de ser, houve nova saída para mais um animado treino. O dia veio mesmo a calhar proporcionando-nos boa matéria para preencher a primeira crónica da história do nosso blog. Muita chuva, muita lama, muito frio. Encharcados até aos ossos mas com muita força e convicção completámos o percurso para hoje planeado, um pouco mais curto do que o habitual, mas não menos difícil e sofrido devido às condições climatéricas pouco convidativas.
A partida deu-se como habitualmente na Avenida Principal e contámos com a presença de uma nova aquisição, o “Toy”, um que não canta mas que pedala bem. Não fosse o cigarrito queimado mesmo antes do início do treino e seria o cabo dos trabalhos para aguentar o homem.


             A meio do percurso as coisas complicaram-se e lá veio uma subidinha que por alguns foi feita a “penantes”. A Berg tem desculpa pois foi adquirida recentemente e ainda não está feita ao seu tripulante. Já da KTM não se pode dizer o mesmo, é muito ácido úrico, muita gota, ou serão muitas gotas juntas?.
A Drossiger lá se foi aguentando, é muito jovem, ainda tem muito para dar. A Mérida também, embora já com algumas artroses a dar sinal por tanto esforço.


             Importa registar que uma outra Mérida, que já viveu melhores tempos, não pôde sair hoje devido à mal planeada arrumação da sua garagem que, segundo nos foi dito pelo seu tripulante, o nosso amigo Mário, ficou de tal modo escondida que talvez não seja vista nos próximos 30 dias. Desculpas, é que isto de sair de casa já com muita chuva não é fácil em termos psicológicos.
             Tal como não pudemos contar hoje com o amigo Mário, o que nos deixou muita pena, também não pudemos contar com uma outra recente aquisição, o Nuno e sua Giant, mas esse por motivos justificados uma vez que reside longe, embora nunca esqueça as suas origens e decerto na primeira oportunidade não falhará.
O grupo está a crescer, é bom sinal, aos três malucos do costume já se juntaram mais três e parece que brevemente vem aí outro que ainda não conhecemos.
Falta ainda o Mano Cajó que tem andado algo afastado não sabemos porquê, talvez porque o seu mano não o tem convocado, mas fazemos votos para que ele apareça futuramente pois a sua participação é sempre benvinda.
Reconheço hoje que o meu amigo Tó Manel é capaz de ter razão quando diz: “No passado nós íamos ter com os amigos de Rio Maior, os do Kykedas, no futuro serão eles que vêm ter connosco!”.


Depois de quarenta quilómetros difíceis e com umas belas subidas deu-se a chegada ao “Condomínio Fechado” desta aldeia VIP do concelho de Rio Maior. O treino de hoje estava a terminar mas houve ainda tempo para mais uma foto. O ambiente era animado, correu tudo bem que é o mais importante, ninguém se aleijou, e por algum tempo esquecemos o stress da vida diária, esquecendo também com estas “cabreirices” que já estamos perto de meio século de existência. Não importa, o que conta é o espírito, e esse será sempre jovem.
Aqui uma palavra de agradecimento à menina Raquel que se dignou interromper a sua viagem para fotografar estes quatro malucos.

Terminámos como habitualmente no Café da Dona Vitória que, antecipando-se às nossas patroas, nos deu o primeiro ralhete do dia atento o estado lastimável em que nos encontrávamos. Enfim, lembrei-me nesta altura de uma frase muito animadora que morrerá comigo e que o meu filho me disse numa altura em que caí tamanha queda que andei três meses com dores nas costelas: “Fixe pai, deixa lá, isto é que é BTT”.
Como costumo dizer, é melhor andar de bicicleta do que numa cadeira de rodas.
Se daqui a dez anos conseguirmos todos fazer o que fizemos hoje, seremos sem margem para dúvidas, homens de muita sorte.
Um abraço aos amigos acima mencionados, saúde e até ao próximo treino, desta vez, se possível, com a presença de todos.

Rui Oliveira

1ª Publicação do Blog

14-01-2012 ficará para nós registado como o dia em que três malucos praticantes de BTT, residentes e criados nesta aldeia e futura cidade de Malaqueijo, decidiram pôr em prática uma ideia que há muito tinham em mente, a criação de um Blog onde pudessem registar  e partilhar com os amigos, todas as tonteiras que semanalmente vão acontecendo durante a prática desta modalidade pouco própria, segundo nos dizem alguns, para rapazes de quarenta e muitos anos.

Servirá este Blog também para comunicarmos entre nós, planearmos e combinarmos os nossos percursos e até mandar algumas “bocas” saudáveis e divertidas de amigos para amigos. Será acima de tudo mais uma forma de convívio durante a semana, servindo de complemento à vertente desportiva que Domingo a Domingo vamos praticando em grupo.

Será uma ferramenta que utilizaremos, espero que da melhor forma, para fomentar a união entre um grupo de indivíduos residentes em Malaqueijo (e de outros que se queiram juntar a nós), amantes do BTT, da prática desportiva, de ar puro, que desejam por alguns momentos fugir dos carros, do alcatrão e do stress.

Assim, com a colaboração do Pedro, o nosso “técnico de informática”, o Tó Manel e eu próprio, após muita confusão e discórdia lá conseguimos abrir o dito blog, com definições ainda muito longe da perfeição, mas que no futuro serão decerto melhoradas à medida que formos adquirindo experiência nesta matéria.

Rui Oliveira